ATA DA DÉCIMA SÉTIMA SESSÃO SOLENE DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 28-6-2001.

 


Aos vinte e oito dias do mês de junho do ano dois mil e um, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quinze horas e vinte minutos, constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão, destinada a homenagear o transcurso do vigésimo quarto aniversário de fundação da Igreja Universal do Reino de Deus, nos termos do Requerimento nº 034/01 (Processo nº 0610/01), de autoria do Vereador Almerindo Filho. Compuseram a MESA: o Vereador Reginaldo Pujol, 2º Vice-Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, presidindo os trabalhos; o Pastor Antônio Alves Batista, representante da Igreja Universal do Reino de Deus; o Senhor João Verle, Vice-Prefeito Municipal de Porto Alegre e representante do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; o Vereador Almerindo Filho, na ocasião, Secretário “ad hoc”. A seguir, o Senhor Presidente convidou a todos para, em pé, ouvirem a execução do Hino Nacional e informou que, em função de problemas de ordem técnica, seria transferida, para o final da presente Sessão, a apresentação de vídeo institucional sobre a história da Igreja Universal do Reino de Deus. Em continuidade, o Senhor Presidente concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa. O Vereador Almerindo Filho, em nome das Bancadas do PPB, PTB, PSDB, PC do B e PSB, discursou sobre a trajetória do Senhor Edir Macedo, fundador da Igreja Universal do Reino de Deus, chamando a atenção desta Casa para as importantes obras sociais realizadas por esta instituição através da Associação Beneficente Cristã - ABC e do “Projeto Nordeste”, que busca implantar um sistema comunitário de produção agro-industrial na região Nordeste do Brasil. O Vereador Estilac Xavier, em nome da Bancada do PT, discorreu a respeito da história da fundação da Igreja Universal do Reino de Deus, ocorrida em mil novecentos e setenta e sete, ressaltando as características de simplicidade e solidariedade externadas pelos seguidores da mesma. Ainda, destacou a expansão intercontinental dessa instituição ao longo dos anos e homenageou a referida Igreja, procedendo à leitura de passagens bíblicas. O Vereador Isaac Ainhorn, em nome da Bancada do PDT, parabenizou a Igreja Universal do Reino de Deus pelo transcurso de seus vinte e quatro anos de fundação, chamando a atenção desta Casa para a participação da comunidade evangélica em obras e ações sociais. Nesse sentido, dissertou acerca da importância de iniciativas como o “Projeto Nordeste” para minorar os problemas sócioeconômicos do povo brasileiro. O Vereador Sebastião Melo, em nome da Bancada do PMDB, cumprimentou o Vereador Almerindo Filho pela proposição da presente homenagem, alusiva ao transcurso do vigésimo quarto aniversário de fundação da Igreja Universal do Reino de Deus, salientando a importância da religião como fator fundamental para resgatar os valores morais que orientam a sociedade moderna e sublinhando o trabalho de voluntariado desenvolvido por essa Entidade. O Vereador Valdir Caetano, em nome da Bancada do PL, manifestou sua satisfação em poder participar da presente solenidade, parabenizando a Igreja Universal do Reino de Deus através do relato da trajetória pessoal de Sua Excelência como membro dessa instituição desde o ano de mil novecentos e noventa e dois. Também, agradeceu a oportunidade obtida no sentido de testemunhar o desenvolvimento espiritual proporcionado pelas atividades dessa Igreja. Na ocasião, foi registrada a presença do ex-Vereador Luiz Negrinho. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Pastor Antônio Alves Batista, que agradeceu a homenagem hoje prestada por este Legislativo ao transcurso dos vinte e quatros anos de fundação da Igreja Universal do Reino de Deus. Após, o Senhor Presidente convidou os presentes para, em pé, ouvirem a execução do Hino Rio-Grandense, informou que, após o encerramento da presente solenidade, seria realizada a apresentação de vídeo institucional sobre a história da Igreja Universal do Reino de Deus e, nada mais havendo a tratar, agradeceu a presença de todos e declarou encerrados os trabalhos às dezesseis horas e dezenove minutos, convidando a todos para a Sessão Solene a ser realizada a seguir. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador Reginaldo Pujol e secretariados pelo Vereador Almerindo Filho, como Secretário "ad hoc". Do que eu, Almerindo Filho, Secretário "ad hoc", determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pela Senhora 1ª Secretária e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Estão abertos os trabalhos da presente Sessão Solene, destinada a homenagear a passagem do 24º aniversário da Igreja Universal do Reino de Deus. Convidamos para compor a Mesa o Sr. João Verle, Vice-Prefeito de Porto Alegre, e o Pastor Antônio Alves Batista, representante da Igreja Universal do Reino de Deus.

Convidamos todos os presentes para, em pé, ouvirmos o Hino Nacional.

 

(Executa-se o Hino Nacional.)

 

Vamos assistir a um vídeo que conta a história da Igreja Universal do Reino de Deus. Solicitamos que o apoio técnico tome as devidas providências para que isso possa ocorrer com a melhor segurança possível, evitando situação semelhante a que registramos há poucos instantes, quando o som apresentou problemas. (Pausa.)

Lamentavelmente, recebo a informação de que não poderá ser apresentado o vídeo por razões técnicas. Vamos diligenciar para que até o término da nossa Sessão ele possa ser apresentado.

O Ver. Almerindo Filho está com a palavra e falará em nome do PPB, do PTB, do PSDB, do PC do B e do PSB.

 

O SR. ALMERINDO FILHO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) É um prazer muito especial receber a todos neste Legislativo hoje, a fim de comemorarmos o 24º aniversário da Igreja Universal do Reino de Deus. Não importa qual seja a sua religião ou crença, tenho certeza de que foi o Espírito Santo do Senhor que nos deu esta idéia e que guiou todos até aqui hoje, pois nesta vida uma certeza todos nós podemos ter: nesta vida nada acontece por acaso.

Falar da Igreja Universal do Reino de Deus é falar de mudanças, de transformações e de muitas lutas. Tudo começou em 1977, quando um jovem e então Pastor Edir Macedo iniciou um ministério de pregação do Evangelho, por meio de palavras cheias de fé e certeza capazes de fazer chegar ao povo a existência de um Deus vivo, poderoso e presente. Com determinação e intrepidez, passou a realizar reuniões em um pequeno coreto no Jardim do Méier, Zona Norte da Cidade do Rio de Janeiro. Auxiliado por um pequeno grupo de pessoas imbuídas de fé e de muito amor pelas almas, em 9 de julho de 1977, nasceu, oficialmente, a Igreja Universal do Reino de Deus. O número de pessoas aumentava grandemente, motivando o aluguel de outros espaços. Dos cinemas, que eram alugados em determinados dias da semana, as reuniões passaram a ser realizadas em uma antiga funerária no Bairro da Abolição, também na Zona Norte do Rio. Essas são as surpresas da vida: um lugar onde um dia se derramavam lágrimas de dor e tristeza, transformou-se em um lugar de levar vida a pessoas espiritualmente mortas.

A Igreja crescia e, com o seu crescimento, vieram também as perseguições. As barreiras levantavam-se com muita força a cada nova conquista. Não demorou muito e foi preciso alugar um espaço maior, uma antiga fábrica de móveis na Av. Suburbana, que parecia ser o local ideal para alicerçar a primeira rocha da Igreja Universal do Reino de Deus. O galpão tornou-se o grande templo da Abolição, com capacidade inicial para um mil e quinhentos fiéis. Com mensagens e testemunhos do que o poder de Deus já havia realizado na vida de muitas pessoas, iniciou-se a transmissão do programa “O Despertar da Fé”, com 15 minutos de duração, pela Rádio Metropolitana. Em seguida, o programa foi veiculado na extinta TV Tupi, no Rio de Janeiro, mais tarde sendo transmitido em São Paulo e nos demais Estados.

Hoje, a Igreja Universal do Reino de Deus possui uma rede de rádio e televisão expandida por todo o território nacional e continua com o seu trabalho primordial: levar a solução definitiva dos problemas, através da Palavra de Deus, aos aflitos, pois essa é uma determinação do próprio Senhor Jesus: “Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados e eu vos aliviarei.” Foi baseado também em outra passagem, onde o Senhor Jesus ordena: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura” que iniciou-se o trabalho evangelista no exterior. A primeira Igreja Universal no exterior foi fundada nos Estados Unidos, em 1980. Hoje, a Igreja Universal está presente em mais de oitenta países, com templos espalhados pelos cinco continentes.

A Igreja Universal não pára. Suas portas estão sempre abertas, de domingo a domingo, a qualquer hora, chova ou faça sol. Quem está doente, oprimido, perturbado ou aflito, sempre receberá uma palavra de conforto, uma oração ou uma bênção ao visitar um templo da Igreja Universal do Reino de Deus. Embora as pessoas pensem que Deus está muito ocupado, na Igreja Universal do Reino de Deus acredita-se que Ele está sempre pronto para ouvir e atender o necessitado. Tudo é muito simples na Igreja Universal Reino de Deus, qualquer pessoa que chega encontra apoio, carinho, amor e, sobretudo, ensinamento para alcançar o único caminho que leva à salvação: Jesus. Não há preconceitos ou discriminações. Todos, do mais carente ao mais abastado, são bem recebidos, até porque Deus não faz acepção de pessoas. Desde o início, a preocupação social sempre esteve envolvida com as atividades da Igreja. No entanto, com o passar do tempo, viu-se a necessidade de se articular algo organizado. Aí nasceu a ABC - Associação Beneficente Cristã. Ao longo do tempo, a ABC vem conquistando, através do seu trabalho, moradores de rua, comunidades carentes, presidiários, ex-presidiários e seus familiares, pessoas hospitalizadas e desempregadas. Atualmente reconhecida como de utilidade pública, oferece atendimento jurídico, odontológico, médico e social, mantém programas de alfabetização de jovens e adultos, e socorro às vítimas de enchentes, desabamentos e incêndios. A ABC tem realizado, nos últimos anos, em parceria com a Rede Record de Televisão, campanhas de assistência às vítimas da seca do Nordeste brasileiro; são as SOS Nordeste. Esse programa, no entanto, é de caráter emergencial, com benefícios apenas temporários; ameniza os efeitos da seca, mas não resolve as causas do problema. Em vista disso, surgiu a idéia de um projeto que não só contemplasse os momentos de crise, mas que apresentasse soluções permanentes, a fim de diminuir a aflição do povo do sertão. Nascia, assim, o Projeto Nordeste. Este Projeto inspira-se nos moldes dos kibutz israelenses; são, basicamente, agroindústrias administradas e desenvolvidas por profissionais voluntários, com a reaplicação total dos lucros. É a união da fazenda com uma história no meio do sertão. A primeira fazenda localiza-se no Município de Irecê, no agreste baiano, e recebeu o nome de Fazenda Nova Canaã. Já estão sendo projetadas as próximas fazendas que farão parte do Projeto. Todas estas obras, tanto evangelistas quanto sociais, só são possíveis através da intervenção de dois entes: o próprio Senhor Jesus, que nos abençoa a cada dia e nos dá forças para continuar, e a intensa e ativa participação dos membros da Igreja, através dos seus dízimos e ofertas.

Todos sabemos que estamos imbuídos no alargamento das fronteiras do Reino de Deus para que todos, a partir da salvação em Cristo Jesus, tenhamos vida, e a tenhamos em abundância.

Nesta ocasião de homenagem, glorifiquemos o nome do Nosso Senhor Jesus Cristo, que tem levado homens e mulheres de Deus para tocarem esse trabalho para frente. E se comemoramos o aniversário da Igreja, comemoremos todos nós, pois a Igreja não é um prédio onde está instalada, mas, sim, todos os seus membros, pastores e obreiros. A eles, a nossa saudação.

No mais, ficam os nossos votos de que Deus abençoe a todos abundantemente, em nome do Nosso Senhor Jesus Cristo. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Estilac Xavier está com a palavra, em nome do PT.

 

O SR. ESTILAC XAVIER: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Eu hoje fiz uma breve pesquisa histórica sobre a sua Igreja. E no seu histórico constatei que é uma Igreja que nasce do povo trabalhador, do povo simples, do povo que, através da sua fé, quer construir, na terra, uma vida melhor para todos.

Vi, pela sua história, que nasceram no Bairro da Abolição, Norte do Rio de Janeiro e que já tiveram o nome de Cruzada do Caminho Eterno, Igreja da Benção e, finalmente, depois, o institucionalizado nome da Igreja Universal do Reino de Deus. Vi, também, que a pregação da fé que a Igreja faz em nome de uma manifestação carismática do Espírito Santo, atraiu e atrai milhares de pessoas, e aí começou a Segunda Igreja de São Miguel, um verdadeiro barracão da fé lá na região do Grajaú, Duque de Caxias, Nova Iguaçu. E a Igreja se expandiu e se expande.

Há pouco escutava o pronunciamento do nobre Ver. Almerindo Filho, e vi que a Igreja tem seguidores nos Estados Unidos, Canadá, México, praticamente em todos os países da América do Sul, na Europa, em Portugal, na Espanha, na França, na Inglaterra, na Itália, na Holanda, na Bélgica, na Suíça; no continente africano, nosso sofrido continente africano: Guiné Bissau, Costa do Marfim, Uganda, mesmo com o enfrentamento daquelas regiões conturbadas por guerras.

E verifico que a Igreja está presente na Ásia, no Japão, Índia e Filipinas.

Por que cresce a Igreja e por que uma igreja deve crescer? Deve crescer porque todos os homens e mulheres que têm fé devem ter o sagrado direito de professar a sua fé. E assim como esta Casa, que hoje homenageia a Igreja Universal Reino de Deus, é uma casa pluripartidária, ela também é uma casa ecumênica, porque aqui várias fés, várias igrejas se reúnem, assim como uma igreja, que se chama Igreja Universal Reino de Deus, dentro de si tem várias pessoas com várias opções do ponto de vista político. E isso é da natureza das igrejas: reunir as pessoas para o espaço da espiritualidade.

Um outro dia eu conversei com o Ver. Valdir Caetano - preocupados que estamos com as questões que afligem a nossa Cidade, com as questões que afligem a nossa Câmara, com as decisões que temos de tomar, e ele me deu uma lição, assim como naquelas conversas que tenho tido com o Ver. Almerindo Filho, na sua labuta permanente, aqui, em relação ao seu trabalho, ao seu mandato. Ele disse: “eu tenho de estudar mais para me espiritualizar e não ficar carnal.” Eu observei essas palavras como as de alguém que se preocupa com algo que às vezes é muito incomum: a espiritualidade, essa força que comanda e que age em todos nós, acima, às vezes, dos limites físicos e materiais. O que move um homem e uma mulher? A espiritualidade.

Eu creio que, ao comemorar hoje, Sr. Presidente, os 24 anos da Igreja Universal do Reino de Deus, a nossa Cidade e a nossa Câmara está dando a demonstração do seu ecumenismo, da sua profissão de fé na democracia e na diferença dos homens, nas suas crenças.

E assim como eu peguei lá da história de sua Igreja, ainda direi o seguinte: Cântico de Salomão: (Lê.) “Salmo 127 – Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela”.

Assim como em Coríntios I,13: “Ainda que eu fale a língua dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa ou como o címbalo que retine. Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência; ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar montes, se eu não tiver amor, nada serei.”

Nossa homenagem à Igreja Universal do Reino de Deus. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra e falará em nome do PDT.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Eu represento, neste momento, a Bancada do Partido Democrático Trabalhista com assento nesta Casa. Encontramo-nos aqui expressando uma posição deste Vereador, do Ver. João Bosco Vaz, que está presente nesta solenidade, e dos Vereadores Nereu D’Avila, Humberto Goulart e Ervino Besson.

Duas razões nos levam a intervir nesta Sessão, em que tenho o privilégio de ser orador em nome da minha Bancada. De um lado, uma representação política que tem uma história nesta Cidade, neste Estado e neste País. Nossa vertente de pensamento tem suas raízes lá em 1930, na célebre caminhada de Getúlio Vargas rumo ao Palácio do Catete. De outro lado, as minhas raízes e os meus ancestrais, o povo de Israel. Hoje, observo o papel extraordinário que as igrejas evangélicas têm desempenhado no reconhecimento do povo eleito, do povo que tem as suas raízes lá naquele berço que deu origem a toda humanidade, por aquela terra sagrada. Os peregrinos, apesar do estado de guerra e de beligerância naquela região, as pessoas que para lá acorrem, no sentido de se encontrar com as suas mais íntimas convicções religiosas, são peregrinos oriundos da Universal do Reino de Deus, e de outras crenças evangélicas.

Saúdo a presença de todos os partidos, essa representação plural. Saúdo o representante da Prefeitura, o Vice-Prefeito João Verle, aqui, neste momento representando a Prefeitura de Porto Alegre.

Finalmente, vivemos o momento de uma árdua caminhada, pela qual passou esta instituição religiosa no rumo do seu reconhecimento, no rumo da sua afirmação, com a convicção absoluta de que ela leva a palavra do Senhor, a palavra do Deus único, seja de que ramo religioso ela venha. E dando lições também não só em relação à área espiritual, mas também em relação à área das experiências materiais, nas soluções diárias dos problemas do cotidiano que afligem a nossa gente.

É o autor da homenagem, Ver. Almerindo Filho, que traz a interessante e extraordinária experiência do braço social da Igreja Universal no Nordeste do País, mostrando que é possível, sim, com idéias boas, com caminhos bons, equacionar o problema mais grave da nossa gente e do acesso à terra. Eu até confesso a minha ignorância e fico emocionado ao ter conhecimento, Ver.ª Maristela Maffei, de que a Igreja Universal, no Norte e no Nordeste do País, está levando a efeito a experiência pioneira e mais extraordinária, cujos resultados deram certo lá na terra de Israel: os kibutz – as granjas coletivas – estão sendo implementadas, como aqui nos informou o Ver. Almerindo Filho na sua alocução. Quero dizer que é possível encaminhar soluções dentro de um clima de paz, sem violência, no sentido de resolver os problemas do cotidiano da nossa gente humilde, da nossa gente desesperada, tanto no plano espiritual quanto no plano material.

Saudamos os senhores, que têm uma extraordinária representação de dois ilustres Vereadores aqui nesta Casa - o Ver. Valdir Caetano e o Ver. Almerindo Filho -, dois extraordinários homens públicos, ligados à Igreja Universal, que, em pouco menos de seis meses de exercício de mandato aqui nesta Casa, já granjearam a respeitabilidade e o reconhecimento pelo trabalho sério de natureza parlamentar levado a efeito por eles. É um exemplo de trabalho, e referência, hoje, para todos os Vereadores desta Casa.

Por isso, ao nos integrarmos a essas homenagens, que fazem com que esta Casa seja o local, na representação política da Cidade de Porto Alegre, de homenagem, nesta Sessão Solene, ao 24º aniversário da Igreja Universal do Reino de Deus, queremos expressar o nosso reconhecimento, em nome, sobretudo, de uma extraordinária conquista, realizada com muita luta, com muito fervor, com muita religiosidade, com muita convicção e com muita fé, os princípios mais sagrados da mais ampla liberdade religiosa. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra e falará em nome do PMDB.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) A caminhada terrena é uma caminhada extraordinária de reflexões, de recuos e de avanços. Os que passaram nesta tribuna foram muito felizes, porque conseguiram adentrar na história da Igreja, enveredada para a questão social.

Todo mundo que fracassa tem o direito a recomeçar. Por que digo isso? Sr. Presidente, há muitas crises na humanidade, muitas crises no nosso País, na nossa Cidade: econômica, social, política, ética, mas há uma, na nossa avaliação, que sobrepõe todas essas, que é a crise da falta de solidariedade humana. O mundo globalizado, individualista, capitalista faz com o cidadão não enxergue além do seu quintal, além da sua casa, do seu apartamento, e transforma-se numa sociedade fria, sem alma e sem coração. Às vezes, o cidadão vê o outro irmão acidentado na rua e é incapaz de prestar socorro, porque diz: “Amanhã serei chamado na Justiça e estarei sendo incomodado.” Por que eu trago isso à baila? Porque acho que independente de credos, nós aqui estamos homenageando a Igreja Universal, como esta Casa já homenageou outras igrejas, porque isso é o conjunto da relação da sociedade. A própria Igreja Católica cresceu muito, e o Papa tem tratado dessa matéria; a busca das igrejas é a busca do bem comum e a busca da solidariedade.

Então, quando eu vejo o Ver. Almerindo trazer - e nós, em outras épocas, ouvimos de outros membros da Igreja - essas experiências, elas são reais e oportunas. Por quê? Porque a questão espiritual é uma busca de aperfeiçoamento diário de todos nós. Isso é uma busca extraordinária. Mas na caminhada terrena também, além da busca espiritual, há uma realidade material. E milhares de pessoas no Brasil, no Rio Grande ou em qualquer Estado da Federação, buscam as igrejas evangélicas - como buscam a Igreja Católica - como, talvez, a última tábua de salvação.

Nós sabemos de casos e mais casos de pessoas que chegaram drogadas, estupradas, sem nenhum referencial ético ou moral e, talvez, não tendo condições sequer de prosseguir dali para a frente. E são pessoas que se recuperaram e que hoje fazem parte da sociedade, se reintegraram. E isso me parece que deve ser o pano de fundo de reflexão desta homenagem aos 24 anos. Esse deve ser o pano de fundo, Ver. Almerindo Filho, que deve servir como norte para outros credos religiosos.

Evidente que é o aperfeiçoamento espiritual, mas também é evidente que o Poder Público tem responsabilidade sobre seus entes nas mais diversas esferas. Mas quando nós estamos vivenciando o Ano Internacional do Voluntariado, nada melhor do que sublinhar o exemplo magnífico, maravilhoso da Igreja Universal com esse trabalho de voluntariado, de resgatar pessoas. O melhor programa público de qualquer governo, de qualquer entidade é resgatar pessoas da linha da miséria, da exclusão e da indignidade.

Por isso, em meu nome pessoal, em nome da Bancada do PMDB, em nome da Ver.ª Clênia Maranhão, que pediu para que eu a nomeasse, e em nome do Presidente desta Casa, Ver. Fernando Záchia, nós queremos transferir um abraço muito fraternal ao Pastor que aqui representa a Igreja, extensivo a toda a comunidade dessa extraordinária Igreja, que presta relevantes serviços à sociedade mundial. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Valdir Caetano está com a palavra e falará em nome da Bancada do PL.

 

O SR. VALDIR CAETANO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) No 24º aniversário da Igreja Universal do Reino de Deus tudo o que se podia falar sobre a Igreja em números, datas, enfim, já foi dito. Como então homenagear a Igreja Universal do Reino de Deus? A minha homenagem começa no dia 7 de agosto de 1994, quando eu, Sr. Presidente, me encontrava no fundo do poço; quando não encontrava para a minha vida saída alguma. Um dia, sem ainda ter conhecido a Igreja Universal do Reino de Deus, eu não me conformava com o que acontecia comigo; estava com a saúde destruída, a vida financeira, o meu casamento, enfim, uma destruição total.

Eu ouvia falar de Deus, foi quando um dia, um daqueles piores dias, disse para Deus: “Se é verdade que o Senhor existe, e o Senhor tem esse poder que tantos falam, mude a minha vida, me tire desse buraco, dessa lama onde me encontro”. Pois, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, membros da Igreja Universal que estão aqui, todos viraram às costas para mim, todos: os meus amigos, entre aspas, os parentes, os vizinhos, ninguém acreditava que o Valdir poderia ser alguém. Repito a data: dia 7 de agosto de 1994, numa manhã de domingo, um frio que cortava. Hoje eu sei a razão do pedido que eu fiz a Deus: “Se o Senhor é Deus realmente, com toda a humildade eu peço que mude a minha vida”. Eu entrei, nesse dia, na Igreja Universal do Reino de Deus, no Parque Boa Esperança, na Raguebi Shoffi, 1.210. Quando eu entrei na Igreja, recém começando a reunião, os obreiros e obreiras se aproximaram de mim e eu disse a eles um palavrão, pedi que se afastassem de mim, porque eu estava ali por alguns instantes, mas logo eu iria embora. Mas o que falava aquele homem no altar, o que ele pregava, o que ele dizia, era tudo aquilo que eu precisava ouvir. Em 38 anos, eu nunca tinha ouvido. Eu tinha buscado, sim, nos brilhos e nas coisas desse mundo algo que pudesse preencher o meu coração, me dar uma satisfação, mas eu não encontrei, e ali, naquele dia, 7 de agosto de 1994, na Igreja Universal do Reino de Deus, começou a mudança na minha vida. A minha alegria, senhores, era tão grande, que eu não queria que aquele culto jamais terminasse, tamanha a emoção e alegria que eu sentia naquele momento.

Eu saí daquela reunião com todos os meus problemas para resolver, mas eu tinha, no meu coração, a certeza de que, a partir daquele momento, eu não lutava mais sozinho, que, a partir daquele momento, o Deus por quem um dia eu clamei, eu não O tinha mais por informações, mas Ele estava junto comigo, dentro do meu coração.

Tudo isso eu devo a Deus, mas foi a porta da Igreja Universal do Reino de Deus que possibilitou que eu tivesse esse encontro que mudou a minha vida, que a transformou. E depois de um casamento destruído, um homem destruído e desacreditado por todos - hoje, Deus me deu esta oportunidade - eu posso estar aqui falando para vocês da experiência que eu tive com esse Deus. Por tudo o que eu passei, ninguém acreditava em mim, nem mesmo a minha esposa acreditava que um dia isso poderia acontecer. Mas naquele dia eu cheguei em casa e disse para a minha esposa: “A partir de hoje a nossa vida mudou”, e ela, já cansada de ouvir isso, disse: “Mais uma vez?” Eu não continuei falando para ela, mas, a partir daquele dia, ela viu a mudança, assim como todos aqueles que viraram as costas para mim e tiveram de reconhecer o Deus que eu encontrei.

Hoje, para a honra e glória do Senhor Jesus, nós estamos aqui, aqui está a minha esposa e aqui estão as minhas filhas. Esta é a homenagem que eu faço a essa Igreja. Que Deus abençoe a todos. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Com o pronunciamento do Ver. Valdir Caetano, nós encerramos as manifestações dos Srs. Vereadores que ocorreram regimentalmente e seguindo a orientação das Bancadas com assento aqui na Casa.

Antes de transferir a palavra ao Pastor Antônio Alves Batista, cabe-me alguns registros e eu peço vênia para procedê-los. Queremos registrar as presenças dos Vereadores Juarez Pinheiro, Ervino Besson, Humberto Goulart, Maristela Maffei, João Bosco Vaz, Pedro Américo Leal, José Fortunati e do ex-Vereador Luiz Negrinho.

Pessoalmente, eu deveria-me manifestar nesta ocasião. Havia combinado com o meu prezado amigo, Ver. Almerindo Rosa Filho, a quem me distinguiu com um convite muito especial, que assim o faria. As circunstâncias deram-me esta honraria de poder estar, hoje, aqui presidindo esta Sessão Solene, a primeira que esta Casa realiza em homenagem à Igreja Universal do Reino de Deus. Diz o poeta que ninguém ama sem conhecer. Eu confesso que não conhecia a Igreja Universal do Reino de Deus, com condição de poder manifestar-me sobre ela. Recebia dela informações, muitas vezes, claramente distorcidas, que justificavam até que eu pudesse ter dificuldades em ter uma opinião acerca do seu trabalho, da sua ação evangelizadora. Comecei a conhecê-la quando conheci o Ver. Almerindo Filho, que comigo caminhou durante uma jornada política e, vendo o seu trabalho, a sua forma de agir, vendo as pessoas que o acompanham, quase que todas integrantes da Igreja Universal do Reino de Deus, eu comecei a compreender essa instituição religiosa, trabalho esse que eu complementei ao conhecer aqui, na Casa, o Ver. Valdir Caetano. Por intermédio dele, fui conhecendo o Projeto Canaã, fui conhecendo a ação social que a Igreja desenvolve e fui vendo que eu estava começando a conhecer a Igreja e começava a respeitá-la. É o que eu proclamo nesta hora.

Com muito orgulho, presidi esta Sessão e transmito do Ver. Fernando Záchia, Presidente desta Casa, a sua manifestação de carinho para com a Igreja, para com seus integrantes, especialmente aqueles que compõem a sua representação política nesta Casa, dizendo que um infortúnio o impede de estar presente neste momento, o que muito me gratifica com a honra especial de presidir esta Sessão.

O Pastor Antônio Alves Batista, ilustre representante da Igreja neste ato, está com a palavra.

 

O SR. ANTÔNIO ALVES BATISTA: Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Em nome da Igreja Universal do Reino de Deus, eu quero agradecer por esta oportunidade de poder mostrar a todos um pouco daquilo que nós somos, porque muitas vezes fomos tachados de bandidos, de marginais, mas isso é a Igreja Universal do Reino de Deus. Um lugar onde a pessoa aflita, a pessoa necessitada, o doente, o enfermo, aquela pessoa que a sociedade desprezou chega e encontra um braço aberto, estendido para receber, para dar uma palavra de conforto, uma palavra de fé e, por que não, até mesmo uma ajuda.

Eu quero agradecer a todos vocês em nome da Igreja Universal do Reino de Deus, em nome do Bispo aqui presente, o Bispo Osvaldo. Peço a Deus que abençoe esta Casa, abençoe os Vereadores, abençoe as Bancadas, as lideranças partidárias e que Deus, assim como tem nos abençoado, abençoe a todos. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Convidamos a todos os presentes para, em pé, ouvirmos o Hino Rio-Grandense.

 

(Executa-se o Hino Rio-Grandense.)

 

Agradecemos a presença de todos.

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 16h19min.)

 

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